30 de agosto de 2011

Buscando um Bororé Saudável

Numa cidade agitada como São Paulo, ainda é possível encontrar um ambiente rural chamado de Ilha do Bororé, que na verdade é uma península, localizada no extremo sul, cerca de 25 km do centro de São Paulo, onde vivem, aproximadamente, 3.150 habitantes (dados da Unidade Básica de Saúde - UBS Alcina Pimentel), destacando-se nas diversas atividades da agricultura, da pesca, do turismo sustentável e do lazer que a natureza oferece.
Vista de dentro da Balsa da Ilha do Bororé

  A Estrada de Itaquaquecetuba , principal via asfaltada da Ilha do Bororé

Vista da vizinhança


Lixo na margem da represa Billings

Mesmo neste local que parece um paraíso, existem muitos problemas, que vão desde a falta de tratamento de esgoto, distribuição de água potável, coleta de lixo  às margens da Represa Billings entre outros.
Lixo Eletrônico

Como não há abastecimento de água tratada pela SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), a população utiliza-se de águas de poços perfurados para seu próprio consumo. Segundo comentário de Dona Antônia da Silva, 53 anos, que mora no local há dois anos, “a água é docinha, melhor do que a gente compra”, afirmando que prefere a água de poço ao invés da água mineral comprada.

 Poço residencial aberto

Chegando na Ilha, um dos lugares mais visitados é a igreja de São Sebastião, sendo um dos símbolos da região (Figura ao lado). A Ilha do Bororé, que está inserida na APA Bororé-Colônia, abriga uma vegetação nativa da Mata Atlântica e parte reflorestada por espécies dos gêneros Pinus e Eucalyptus.
Com a aprovação da Lei nº 14.162, de 24 de maio de 2006, a área passou a ter uma lei munícipal de proteção - Área de Proteção Ambiental Municipal do Bororé-Colônia (APA), anteriormente protegida por lei estadual. A APA abrange porções das Subprefeituras da Capela do Socorro (Bairros do Bororé e parte do Varginha) e de Parelheiros (Bairro da Colônia Paulista e Itaim).


Os principais objetivos da APA são  (Lei Nº 14.162, de 24 de Maio de 2006  - Projeto de Lei nº 384/04, do Executivo, aprovado na forma de Substitutivo do Legislativo Cria a Unidade de Conservação Área de Proteção Ambiental Municipal Bororé-Colônia):

  1. promover o uso sustentável dos recursos naturais;
  2. proteger a biodiversidade;
  3. proteger os recursos hídricos e os remanescentes de Mata Atlântica;
  4. proteger o patrimônio cultural;
  5. proteger as sub-bacias hidrográficas do Taquacetuba e Bororé, contribuintes do reservatório Billings, e Itaim, contribuinte do reservatório Guarapiranga, importantes locais de captação de água;
  6. promover a melhoria da qualidade de vida das populações;
  7. manter o caráter rural da região;
  8. evitar o avanço da ocupação urbana na área protegida;
  9. promover o resgate da memória histórica da imigração na região.

Em Julho de 2011, iniciou-se projeto "Estudo da contaminação por metais e microbiológico da água subterranea (poços) na comunidade pesqueira de bororé: sustentabilidade e educação voltada ao saneamento ambiental no reservatório Billings (SP)" financiado pelo Fundo Especial do Meio Ambiente (FEMA), que tem por objetivo realizar um estudo da água de poço a fim de, primeiramente, constatar a possível contaminação advinda da represa e a partir disso, elaborar um plano de ações e um programa de educação ambiental para a comunidade pesqueira participante.

Serão coletadas amostras de água dos poços para realização de uma análise minuciosa dos possíveis contaminantes presentes na água, de acordo com a Portaria 518 do Ministério da Saúde. Segundo a ecotoxicologista e coordenadora do projeto, Renata Bazante, "este projeto é de extrema importância, pois estamos estudando águas de poço consumidas por muitas famílias e visitantes da Ilha e seus resultados servirão de referência para outras comunidades.
Uma das propostas é identificar se há presença de metais tóxicos nessas águas e informar seus níveis de toxicidade no organismo humano, incluindo seus efeitos crônicos a comunidade."


Fontes:
Poluição por Alumínio UNESP

Revista Piauí Edição 57 – Junho/2011